HistóriaSaúde

Origem, notoriedade e continuidade histórica das Broas de Centeio em Curitiba – Claudine de Sá Botelho e Oscar Pablo Luzardo

Ouça o comentário.

Podcast Broa de centeio

Baixei este livro disponível para qualquer pessoa, após uma reportagem que assisti sobre as broas de centeio.

Quando estive em Curitiba não tive a oportunidade de comer, porém já estou com água na boca.

O livro é uma homenagem àqueles que valorizaram este pão. Eles tornaram o pão algo histórico para a cidade. O Papa e Dom Pedro experimentaram e gostaram.

A Broa de Centeio e suas variações se destacam em Curitiba pela sua notoriedade cultural, comercial em meio ao reinado do popular pãozinho francês brasileiro.”

Antes de iniciar o comentário, vou compartilhar um pouco da história do idealizador e dono da Padaria América. Ele é responsável por este projeto e hoje apoia tantos outros.

A saga da família Engelhardt e da “Padaria América” no Brasil começou em 1882. Nesse ano, o alemão Friedrich Philipp Ludwig Eduard Engelhardt decidiu tentar a vida em outro continente.

Friedrich, era pedreiro e carpinteiro na Alemanha. Em 1885, foi um dos fundadores da “Sociedade Rio Branco” e da primeira cervejaria a vapor de Curitiba.

Foi Eduardo, seu filho, quem fundou a primeira Padaria América, em 1913. Nessa época, funcionava como um armazém de secos e molhados, o qual levava o mesmo nome na fachada. Localizava-se então, na esquina das ruas Alferes Poli com Sete de Setembro, em anexo a cervejaria de seu pai.

Em 1914, a “Padaria América” mudou-se para a esquina das ruas Paula Gomes e Trajano Reis. Foi nesse momento que recebeu o nome definitivo de “Padaria América”. Isso ocorreu devido ao nome da rua onde estava localizada – Rua América, que era o antigo nome da Rua Trajano Reis.

Seu Eduardo era casado com dona Elsa. Em 1917, o filho Evaldo Ernesto Engelhardt nasceu. Seu Eduardo passou todo o conhecimento sobre a padaria e suas receitas para ele.

Broa de Centeio é o carro-chefe da Padaria América. A receita original é do Seu Eduardo, que iniciou sua confecção em 1913. Este pão mais escuro em estilo europeu conquistou várias gerações.

Em 2002, foi tombado como Patrimônio Cultural Imaterial de Curitiba.

Em 1928, a “Padaria América” se estabeleceu na esquina das ruas Trajano Reis e Presidente Carlos Cavalcanti. Ela permanece nesse local até os dias atuais.

Evaldo, outro personagem importante na história da padaria era chamado por todos carinhosamente de “Seu Bruda”. É a forma abrasileirada da palavra alemã “bruder”, que significa irmão. Seu Bruda começou a trabalhar com seu pai aos 16 anos na fabricação de pães e doces. 

Durante a II Guerra Mundial, a “Padaria América” teve que baixar a sua produção. Isso aconteceu porque não houve trigo por um ano inteiro. 

Nessa época, seu Bruda era encarregado de transportar os pães aos bairros mais distantes, de carroça. Por causa da guerra, muitos clientes não tinham dinheiro para pagar pelos pães. Assim, os pães eram trocados por mel, embutidos, ou outros tipos de mercadoria.

Seu Bruda casou-se com dona Lídia Kohls Engelhardt. Os dois assumiram oficialmente os negócios por volta de 1953. Isso ocorreu quando seu Eduardo adoeceu. O casal teve dois filhos, Roseli e Alfonso.

Em 1981, um incêndio ocorreu devido a um curto circuito. Ele destruiu parte das instalações.

A “Padaria América” teve que diminuir parte da produção novamente. Foi preciso muita perseverança de seu Bruda e dona Lídia para reconstruir tudo.

Em 1992, dona Lídia falece e os herdeiros assumem o negócio junto com seu Bruda. Inicia-se então, uma nova fase de reformas administrativas e estruturais, fundamentais para a continuidade da empresa. Sete anos depois, em 1999, falece seu Bruda.

Em 2000, veio o reconhecimento. A primeira edição do prêmio “Veja Curitiba” é conquistado pela “Padaria América” no quesito “Melhor Pão”. Mérito alcançado em 2001, 2003, 2005 e 2006.

De lá para cá tem sido indicada em praticamente todas as edições da revista. Além disso, recebeu prêmios e indicações da revista Gula e do caderno Bom Gourmet da Gazeta do Povo.

Em 2002, Andrea e Eduardo, filhos de Alfonso e netos de seu Bruda, entram na sociedade. Eles já trabalhavam na padaria. Em 2006, eles assumem completamente a administração da empresa.

No site da padaria você encontra outras informações importantes, produtos, fotos, reportagens e muito mais.

O livro falará sobre a origem das broas, dos colonos e dos imigrantes. Ele também abordará a introdução e consolidação do centeio. Esse período vai desde o final do século XIX até as primeiras duas décadas do século XX.

O segundo capítulo trata da notoriedade das broas de centeio durante os tempos da escassez dos cereais, especialemtne o trigo, entre os anos vinte e setenta do século XIX,

E o último capítulo mostra a continuidade histórica das broas nos tempos da globalização. Isso abrange os últimos trinta anos do século XX e as primeiras décadas do século XXI.

Não é um livro longo, pelo contrário contém 79 páginas de muita história e tradição. Acompanha entrevistas com padeiros, especialistas, reportagens dos jornais na época e muito mais.

Transformou-se, ao longo deste período, num ícone que identifica seus habitantes, transcendendo suas origens nas coletividades étnicas imigratórias e seus descendentes. Além disso, a Broa de Centeio conquistou seu espaço na mesa de todas as classes sociais.”

As broas vieram na bagagem cultural de imigrantes da Europa. Rapidamente ganharam o gosto do povo. Foram reinventadas através da interação social desses grupos com os demais habitantes de Curitiba.

Além das broas, outros patrimônios são citados e conectados com este pãozinho saudável e de fácil digestão. Tudo é bem explicadinho sem cansar a sua leitura.

Então, aventure-se na história da Broa de Centeio e procure na sua cidade e experimente. Lógico, não será igual a que existe lá. Mas fará você sentir como se estivesse saboreando com uma boa xícara de café.

Aliás, este pãozinho pode ser adequado a qualquer receita.

Vou deixar o link para você adquirir o livro.

E quando for a cidade peça na padaria, cafeterias ou restaurantes um sanduíche com este pãozinho.

Neste trajeto centenário, as Broas de Centeio foram impulsionadas por uma variedade de célebres padarias, que hoje são instituições da cidade, assim como um prato típico, patrimônio histórico imaterial como a Carne de Onça.”

Ficou curioso para saber sobre esta iguaria?

Leia o livro e descubra sua história.

Espero que tenham gostado da dica gastronômica e cultural de hoje.

Até o próximo comentário.

O autêntico pão de Curitiba – DESDE A DÉCADA DE 1870

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verified by MonsterInsights