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1961 – uma novela na era Kennedy – Joel Macedo

Mais uma das tantas indicações que chegam no blog e quero já agradecer a todos que sempre deixam recadinhos lá e dentro do possível, tento atender a todos.

Esta capa fofa e a história me encantou já nas primeiras páginas que são 162 com preço muito bom para formato digital.

Com uma leitura fácil e cativante estaremos inseridos em Nova York no ano de 1961 com a história de um senhor alemão que passou por todas as torturas da era Hitler e a pior delas foi deixar seus filhos com um casal de amigos que ficariam encarregados de fugirem da Alemanha e os criariam, pois seria a melhor maneira de salvá-los.

Uma guerra terrível, uma perseguição sem fim.

“Vocês sabem o que estava escrito nas fivelas dos cintos dos milicianos do Partido Nazista, que formavam a tropa de assalto de Hitler? Alemanha acima de tudo, Deus acima de todos.”

Apresento o nosso  protagonista Shimon que após 20 anos deixa a Alemanha onde morava e vai encontrar seus filhos Albert e Hanna em Nova York, ambos já adultos e com carreiras e vidas definidas.

Um reencontro com grandes emoções, segredos e traumas que a Guerra deixou, mas as amarras serão soltas e a felicidade e novas oportunidades darão passagem para um país em desenvolvimento com um presidente com muita história para contar, se é que vai dar tempo: estou falando de John Kennedy.

No dia 20 de janeiro de 1961 tomou posse o presidente carismático John Fitzgerald Kennedy, um democrata que representava o novo cenário político: um católico que enfrentou e cedeu a oposição das lideranças protestantes do país à sua candidatura – e que se elegeu falando de liberdade e paz durante um longo período de envolvimento americano em guerras.”

Conheceremos sobre o nazifascismo, macarthismo, comunismo, a luta pelos direitos dos negros, a revolução sexual e de gênero entre tantos assuntos super interessantes.

Já perceberam que Shimon era judeu e professor marxista que nos renderá diálogos profundos na era Alemanha de Hitler e também sobre a América.

Depois de anos enfrentando o nazismo, Shimon não conseguia se imaginar novamente num lugar com práticas fascistas e liberdades suprimidas, onde houvesse perseguição a professores, cientistas, artistas e a tudo que fosse pensante, arejado e criativo.”

O livro ainda mostra que um tal de Bob Dylan aparecerá com lindas apresentações e  músicas e o início de sua carreira será apresentada aos poucos, onde Shimon e seus amigos trarão diálogos e pensamentos políticos enriquecedores para aquela época e achei espetacular esta parte do livro.

Primeira pílula anticoncepcional, o primeiro homem a viajar pelo espaço que foi o filho de um camponês russo também está inserido na história, onde deu abertura a corrida espacial no contexto da Guerra Fria.

Enfim, um livro delicioso com muita história sobre nazismo, Cuba, Harlem, Luther King, Malcom X, negros, direitos civis, racismo, preconceito, anarquistas, comunistas e muito mais.

Além deste cenário político e social, Shimon aos poucos tenta se comunicar e conhecer um pouco mais sobre seus filhos e percebe que ambos mudaram e um novo amor chega para que sua vida tome um outro rumo e depois de tudo que passou sua vida seja de felicidade e recomeço.

Valeu a pena cada página que além de Bob Dylan tem Rolling Stones, folk, rock, twist e muito mais.

Encerro o comentário com alguns trechos que achei importante destacar a fim de uma possível reflexão.

Eu estou convicto de que as pessoas que se organizam em sistemas tendo a religião como discurso são as mais perigosas. Elas usam o nome de Deus e a religião para legitimar intolerâncias, perseguição e ódio aos diferentes.”

“O verdadeiro Deus não precisa de instituições, nem de propaganda. Instituições que só servem para elevar os homens e não glorificam a Ele, porque suas obras são más. Isso está claro no Evangelho, quando Jesus diz: “Aquilo que é elevado para os homens é abominação para Deus.”

“Eu descobri que, quando mais se crê na vida mais ela se expande. É o que tenho vivenciado nestas últimas semanas. Quanto mais eu creio na vida, mais ela aparece!”

Até o próximo comentário.

Podcast 1961
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