Sobre a Amizade – Cícero

Para encerrar a semana que tal falarmos um pouco sobre a amizade.

Você tem muitos amigos ou colegas?

Em um mundo onde as redes sociais, os relacionamentos on-line e o implacável egocentrismo ameaçam a própria ideia de amizades profundas e duradouras, a busca de verdadeiros amigos é mais importante do que nunca.

Neste pequeno livro, um dos maiores já escritos sobre o assunto, o famoso político e filósofo romano Cícero oferece uma aula para encontrar, manter e desfrutar de amigos.

Em seus debates, veremos como ele explora a forma contundente de escolher amigos certos, como evitar as armadilhas da amizade, e como conviver com amigos nos bons e maus momentos.

O livro é interessante, inteligente, reflexivo e apresenta conclusões sobre a amizade, escritos em 44 a.C com diálogos entre figuras proeminentes da República Média Romana e é ambientado após a morte do jovem Cipião Africano em 129 a.C.

Os participantes escolhidos por Cícero são Caio Lélio, um grande amigo do falecido estadista, e seus dois genros, Caio Fânio e Quinto Cévola.

O próprio Cévola foi mentor e professor de Cícero, que provavelmente ouviu as reminiscências de seu mestre sobre estas conversas em primeira mão.

Repleto de conselhos e insights perenes, o clássico de Cícero inspira os leitores há mais de dois mil anos, de Santo Agostinho e Dante a Thomas Jefferson.

Durante as 139 páginas que em certos momentos tornam-se complicadas de ler, pensaremos sobre a amizade, sobre seus benefícios e malefícios, sobre quem é seu amigo ou inimigo.

Interesses econômicos são aqueles que mais se destacam nas amizades e as conversas cultas cada vez mais escassas.

E em tempos atuais, o celular contribui para que cada vez  mais, fiquemos sem diálogos.

Contam-se nos dedos os amigos de verdade.

Decepções e mentiras fazem parte dos amigos. Verdade?

O amigo deve sempre dizer a verdade, mesmo que abale a amizade?

Os amigos sempre lhe dirão o que você precisa ouvir, não o que você quer que eles digam.”

Cícero dizia em suas dissertações:

.. um tipo mais profundo de amizade em que duas pessoas se encontram um no outro sem buscar lucro ou vantagem do outro.”

Segundo pesquisas contam-se nos dedos pessoas que ainda conservam os bons amigos baseados apenas, no sentimento, no amor e na confiança.

Amizade real requer confiança, sabedoria e benevolência de base.”

Os diálogos entre os protagonistas são fortes e comprovados com fatos que envolvem inclusive, a política de Roma, o que ficou positivamente, recheado de conteúdo e enalteceu o texto.

É um texto reflexivo que quando chega ao final você conclui quem são seus amigos e quais foram as atitudes que fizeram chegar a este patamar.

No contexto, eles falam que um homem não pode prosperar isoladamente, sendo o amigo mais importante que a família. Você concorda?

Um verdadeiro amigo o desafiará a se tornar melhor porque ele aprecia o potencial dentro de você.”

Como estamos em Roma os exemplos no texto são as guerras políticas, principalmente por cargos que são necessários e então, a amizade resiste à competição?

A recompensa da amizade é a própria amizade.”

“Um amigo arriscará muito por outro, mas não a honra.”

É uma aula todo o diálogo que deve ser lido devagar e prestando muita atenção porque você coloca fatos em sua vida e comprova se realmente tem amigos ou colegas.

Na amizade nada é falso, nada é simulação, e seja o que for, é verdadeiro e voluntário.”

E concluindo, percebo que de uns tempos para cá sei quem são meus amigos ou amigo e infelizmente, percebi tardiamente, o quanto me doei e no final das contas, ciclos se fecharam.

O que permaneceu foram apenas as lembranças de situações deliciosamente vividas e guardadas em minha memória.

A amizade deve ser construída lentamente onde a confiança e consideração leva tempo e aquelas pessoas que aparecem agora, apenas serão colegas em busca de um novo recomeço e não amigos que dividirão minha vida e minhas lutas.

E você a que conclusão chegou?

Preço muito bom para livro digital e físico.

Então, encerro o comentário de hoje com a excelente reflexão de Cícero:

Por esta razão, a amizade me parece surgir mais por sua natureza do que pela necessidade, mais pelo apego da alma à emoção do amor, do que pela consideração do quanto ela será útil.”

Um ótimo final de semana e até o próximo comentário.