A Escrava Isaura – Bernardo Guimarães
Um livro que resolvi ler pois assisti a novela faz muitos anos e me lembro que fez um grande sucesso, inclusive, sendo reprisada e passada em outra emissora com outros artistas, e ler o livro serviria para contextualizar tudo que tinha guardado em minha memória.
Tem 169 páginas de preço muito bom tanto para formato digital como físico com várias versões e capas e conta a história da filha de uma escrava negra e um feitor branco criada pela senhora da casa grande.
Isaura perdeu sua mãe após o patrão a maltratá-la como uma punição por não ceder aos seus desejos e vontades, uma vez que ele era apaixonado por ela.
Assim, a após a sua morte, Isaura foi criada na casa grande onde recebeu todo amor e carinho, além de uma educação de princesa.
Leôncio, filho dos patrões retorna após concluir seus estudos, casa-se e aos poucos desenvolve um amor por Isaura, mas como sua mãe ainda vivia nada fazia para magoá-la, além de ter a esposa por perto.
Isaura sonhava com a liberdade, porém sua genitora não queria liberá-la pois temia que ela se perdesse pelo mundo e prometeu fazer isso após sua morte deixando tudo documentado em testamento.
Pouco é citado sobre o pai de Isaura até esta parte do livro.
Os escravos que viviam na fazenda comentavam sobre a vida boa que Isaura levava, principalmente Rosa que tinha muita inveja dela.
Um belo dia a mãe de Leôncio morre e cabia a ele dar a tão sonhada liberdade. Sua esposa Malvina que era amiga de Isaura já havia prometido liberá-la.
Quando parecia que tudo aconteceria Leôncio tenta seduzir Isaura que escapa, porém é visto por Malvina que de amiga fica possuída por ciúmes e por fofocas de Rosa e vira uma inimiga de Isaura.
Leôncio não cede a liberdade e ainda coloca um preço alto por sua liberdade. Tudo estava perdido para Isaura.
Imediatamente Malvina pede que ela vá para a senzala realizar os serviços de escravos e Isaura os faz, porém as investidas de Leôncio continuam a cada dia com uma paixão crescendo em seu peito.
Então, finalmente aparece o pai de Isaura com a quantia estipulada por Leôncio pela liberdade da filha.
Seu pai logo após a morte da esposa deixou-a aos cuidados da senhora da fazenda e saiu para trabalhar em outras fazendas para ganhar dinheiro a fim de comprar a liberdade dela.
O autor conta e mostra os personagens e suas características de forma sutil e informa também como os senhores de engenho tinham um poder sobre tudo e todos naquela época onde o dinheiro comprava tudo, as custas do trabalho escravo.
Leôncio mesmo casado infernizou a vida de Isaura que num belo dia escapou com seu pai para Recife, visto que sua liberdade é negada por ele.
Em Recife ficam escondidos por um bom tempo e despertam a curiosidade das pessoas daquele local e de um certo rapaz que se encanta por sua beleza e sensibilidade. Seu nome é Álvaro.
Depois de um tempo é descoberta e Leôncio finalmente recupera sua “propriedade” e realiza os piores castigos com ela.
Malvina nada faz para salvar Isaura, pelo contrário parece que até gosta do que vê.
Neste meio tempo, Isaura já está sem esperanças, porém seu grande amor Álvaro reaparece e aplica uma grande lição em Leôncio que teve um fim trágico.
Enfim o final do livro foi bem apropriado para uma moça que sofreu tanto e só queria a liberdade e ser feliz ao lado de seu pai e seu amor.
Pode parecer estranho o que vou comentar, mas à medida que lia o livro lembrava da novela e percebi que ela foi mais emocionante que o livro, foi bem dramática e pelo que me lembro não perdíamos um capítulo.
Torcíamos por Isaura e odiávamos Leôncio pai e filho.
O livro tem uma dose de drama, porém esperava mais, os escravos eram tratados com muita rudeza, mas na novela era mais emoção. Existiam capítulos dedicados a eles.
Não percebi no livro nenhuma manifestação de luta pelos escravos ou algo parecido.
Foi bom o livro, mas sem emoção, foi dada pouca ênfase aos escravos e suas funções e pouco falou sobre a vida nas senzalas e como eram tratados naquela época.
Depois da leitura penso que mesmo assim valeu a pena ler.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo comentário.
Este livro acompanhado de O cortiço são os meus preferidos nessa linha de clássico da literatura brasileira.
Adoro O Cortiço.