A Morte de Ivan Ilitch – Leon Tolstói
Gosto muito da literatura russa e Tostói em especial me encanta com seus livros diferentes e atuais mesmo escritos em 1886.
Este de 90 páginas não foi diferente pois acompanharemos a morte de um homem que começa a agonizar e pensar em tudo que viveu e se entrega de uma forma caótica com pensamentos absurdos, porém cheios de verdades.
Ivan é casado possui dois filhos e trabalha no Tribunal de Justiça.
Logo no início da história veremos aqueles que diziam serem seus amigos e companheiros de trabalho comentando sobre sua morte, porém de uma forma bem superficial.
Cada um pensava no seu próprio momento e qual benefício teria com a morte de Ivan não importando o abraço à família ou o último adeus ao amigo. Para pensar sobre isto não é mesmo? Será que somos ou agimos assim?
Seguindo os capítulos já estaremos com Ivan relatando sua vida desde a infância passando pela conquista da faculdade, seu trabalho, seu casamento que no começo era bem intenso e foi ficando chato no decorrer dos anos. Ele fala também da relação com os filhos e sobre como ficou doente.
Em certos momentos do livro tive a sensação que sua perturbação mental o levou a sua morte, em vários momentos não ficava claro se era uma apendicite ou algo pior e esta é a magia da escrita de Tolstói. A conduta moral sempre estava entre seus delírios.
Seu contato com os médicos, a forma como encarava os remédios e a tentativa de cura foi angustiante. Viveu, porém sem intensidade e por várias vezes questionou se foi a vida perfeita para ele.
Já perto de morrer questiona a MORTE e seus princípios, questiona sua família e vê que precisa partir para enfim dar paz a eles.
Forte, intenso e com um final bem legal, bem escrito, questionador e polêmico são pontos positivos num livro que vale a pena também pois está com preço ótimo para livro digital.
Leia e questione sobre sua vida e se o que você faz hoje te deixa feliz.
Interessante é que anos depois de escrever este livro, Tolstói fez quase tudo que seu personagem Ivan, pois aos 82 anos cada vez mais atormentado pelas contradições entre sua conduta moral e a riqueza material da sua família, e também devido aos constantes atritos com a esposa – que se opunha a desfazer-se de suas posses – Tolstói, acompanhado pelo seu médico e pela sua filha caçula, foi embora de casa no meio da noite. Três dias mais tarde, seu estado de saúde se agravou em decorrência de uma pneumonia.
Morreu no dia 20 de novembro de 1910, em uma estação ferroviária.
Vou deixar o livro que li Guerra e Paz já divulgado aqui.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo comentário.
Link do livro.
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