A relíquia – Eça de Queirós
Há algum tempo queria ler este livro do maior representante da prosa realista portuguesa que viveu de 1845 a 1900.
Grande renovador do romance, afastou-se do estilo clássico, estabelecendo uma visão crítica da realidade.
O mais popular entre os escritores de Portugal do século XIX e bem utilizado nos vestibulares.
Essa obra em si me deixou motivada no começo, sonolenta no meio e feliz no final.
Tive a sensação que estava sempre na mesma página.
Tem 277 páginas infindáveis com um final bem assertivo e de acordo com a história.
Seus personagens são fortes, bem humorados onde a religião dita as regras.
Teodorico após a morte dos pais vai morar com a chata e beata da sua tia Titi e começa a fazer tudo que ela ordena para ficar com a sua herança.
Reza todos os dias, diz que vai a missa e aproveita para se deliciar no mundo das mulheres não bem vistas pela sociedade e por sua tia.
Após várias tentativas de agradá-la, consegue uma viagem a Jerusalém e lá permanece por algum tempo onde deveria passar pelas cidades onde Cristo esteve.
Muito interessante essa parte porque tive a sensação que ao presenciar passagens da Páscoa na cidade, ele delira, seus sonhos parecem reais, tão reais que as cenas são descritas de forma a pensar que estamos lá naquele instante.
Lógico, que Teodorico se apaixona por uma certa mulher que ao partir lhe presenteia com algo que será a discórdia com sua tia após seu retorno.
Sua chata tia antes de sua viagem, diz para ele trazer uma relíquia santa de lá, isso servirá para considerar que ele será digno de ser seu herdeiro.
Ele retorna, tudo dá errado, sua tia morre, ele vive de vendas de relíquias até que encontra um trabalho decente, casa, vira pai e homem honrado depois de tanta vergonha e sacrifício.
O que ficou forte para mim nesse livro é que Teodorico transforma suas mentiras em realidades, vivendo dentro delas e alimentando-as a cada dia um pouco.
A realidade e imaginação duelam muito forte nesse momento.
Vimos também uma descrença no Deus que ele disse acreditar e fazer por onde ser digno de uma vida melhor.
Ele narra a própria aventura cheia de sarcasmo, principalmente um olhar sobre a condição de adaptação humana de forma bem humorada negociando o sacrifício e a recompensa.
É um livro interessante, mas que te cansa muito, mas vale a pena ler.
O preço é muito bom tanto para livro digital como para físico e a capa foi sem grandes emoções.
Espero que tenham gostado.
Boa leitura.
Oi, Adriana.
Por enquanto eu li apenas um livro desse autor, mas que se tornou um dos meus favoritos da vida! Já leu O Primo Basilio? Agora, iniciei a leitura de Os maias aqui no Kindle, mas ainda falta muito para concluir a leitura. Gostei bastante da premissa desse livro que leu e sua resenha me deixou com vontade de colocá-lo na minha lista de desejados.
Bjos.
Oi Mariana. No começo estranhamos a escrita, mas depois vale a pena a estória.