Pequena Camicase – Fabiane Guimarães
Estou participando do projeto “Contém um Conto” da Editora Companhia das Letras onde semanalmente encaminharão contos inéditos de autores.
Esses contos tem o propósito de serem lidos no ônibus, metrô, em casa, numa praça ou seja, leituras diferentes e rápidas.
O primeiro é Pequena Camicase de Fabiane Guimarães.
Nascida em 1991 em Planaltina de Goiás, Fabiane Guimarães trabalha com comunicação e direitos humanos no Fundo de População das Nações Unidas, e criou cedo o gosto pela leitura. Seu primeiro romance, Apague a luz se for chorar, será publicado em 2021 pelo selo Alfaguara.
Nesse conto diferente , fiquei com uma sensação se era sonho ou realidade, acompanhamos a vida de Viviane, uma moça jovem que trabalha atrás de vidros e proteções vendendo seu corpo, numa cidade vazia e solitária.
Uma prostituta que vê nos homens a covardia de apenas usar e abusar, pagar e ir embora. Em alguns momentos sem uma palavra, sem beijos ou carinhos. Os toques eram através de luvas de borracha pois não podiam ser infectados.
Num de seus dias comuns atende Romero que pareceu ser diferente. Num primeiro momento não quis toques, carícias, apenas conversar e juntos terem situações cotidianas de um mundo tão diferente.
Sabe quando você tem a sensação de que são a mesma pessoa? É como se Viviane estivesse sonhando com um mundo melhor e como os homens não eram tão atrativos para ela imagina um ser diferente.
Cheguei nessa conclusão porque os diálogos são sobre o medo das coisas, dos seres humanos e num dado momento Romero se vê apaixonado por Viviane, mas ela descarta essa possibilidade, uma vez que com certeza uma hora a febre a atingirá e ela morrerá.
Ele sai do local desiludido e no metrô vazio encontra um músico que vê em suas anotações a possibilidade de compor uma música e o toque sutil entre ambos acontece, mesmo que seja através da perna e o conto acaba.
Antes que vocês me perguntem o título do livro se refere ao apelido que Romero deu a sua Viviane.
Muito bem escrito e que te dá várias alternativas para o final e para o que significou tudo isso.
Fiquei até certo momento pensando como seria e o que significava, mas cheguei a conclusão que num mundo devastado por um vírus as pessoas se afastam e projetam em situações algo melhor para um futuro incerto.
Nos próximos dias tem mais conto, espero que tão autênticos como esse.
Espero que tenham gostado, não esqueçam de curtir, compartilhar, seguir o blog.
Até o próximo conto.