A Menina e a Praça – Filipe Salomão
Quando tenho a oportunidade de ler um livro deste escritor fico ansiosa porque é sempre uma poesia em cada página.
Neste livro de 108 páginas, capa abstrata e bonita com preço ótimo para livro digital e caro para livro físico conheceremos a adorável Laura.
Uma adolescente de 17 anos que após concluir o ensino médio deixa sua mãe e sua casa numa grande cidade e vai passar um tempo com sua vó numa cidade pequena.
Novos desafios e quem sabe um mundo novo Laura vê que as coisas não são bem assim. Sua vó tem um mercado e vive mais vazio do que cheio, além de olharem para ela de um jeito um tanto diferente. O que estava acontecendo?
A história que envolvia sua mãe e aquela cidade foi que ela engravidou jovem e o pai não assumiu a criança, pelo contrário a abandonou. Então, sua mãe criou sozinha Laura longe daquela cidade que a humilhou e expulsou.
Laura não entendia bem a história, porém sabia que a decisão da sua mãe foi a melhor e convivia bem com isso, inclusive não sentia vontade de saber e conhecer seu pai.
Sem amigos na cidade vê na praça a sua grande amiga pois exercita-se todos os dias e juntas dividem emoções e sentimentos.
Aos poucos conhece novos amigos e cada um à sua maneira tem um jeito diferente de ver a vida e viver naquela cidade. Conheceremos os jeitos e maneiras de ver a vida de pessoas tão diferentes, mas que se completam.
Laura aproveita esta oportunidade de ter novos amigos e entra mais a fundo na vida da cidade. Uma das coisas que ela mais acha estranho é o sotaque deles, mas percebe que aquilo é a identidade do lugar.
Sempre pensando na vida imagina como seria seu mundo naquele local e longe de sua mãe, amigos e sem fazer uma faculdade. Realmente ela tinha muito o que pensar e decidir.
As coisas começam a mudar quando Laura descobre quem é seu pai e tudo que está envolvido com o seu nascimento. Estaremos agora entrando num mundo de racismo, preconceito e pobreza de espírito.
Laura fica desamparada com tanta humilhação e tristeza, porém seus amigos mostram o que é lutar pelos seus direitos e deveres.
Vale uma observação que é fantástica a abordagem que o escritor criou com a peça de teatro encenada pelos jovens mostrando a verdade sobre a vida de Laura para a cidade e revelando os reais pecadores, por assim dizer.
Emocionante e revoltante, porém doce e real nas palavras e páginas que Filipe escreveu.
A praça tem uma relação forte com a menina e veremos um final com três gerações pelo menos por um momento respirando aliviada e tendo a certeza que muita coisa ainda virá, mas o amor e a amizade superam qualquer dificuldade.
Um livro para ler e pensar naqueles que infelizmente tem o preconceito e o racismo no sangue e precisam saber que estamos num mundo onde a paz, o amor e a empatia têm que andar juntos para evoluirmos e sermos pessoas melhores.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo comentário.
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