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Catarina, A Grande: Retrato de uma mulher – Robert K. Massie

Catarina, a Grande no Comenta Livros

Esse livro veio para mim sem querer. Estava assistindo um programa feminino na tv paga e as apresentadoras citaram-no como um livro sensacional.

Baixei e me deliciei por mais de duas semanas na Rússia com a história de uma mulher que revolucionou esse país e então entendi como se tornou uma grande potência.

A verdade é que na escola não se fala muito dessa época, e tenho certeza que seria bem interessante de todos saberem.

Ele tem 640 páginas e nos tornamos íntimos de Catarina, uma princesa alemã de nome Sophia,  que aos 14 anos foi para a Rússia para se casar com um moleque idiota e dar um herdeiro ao trono. Esse moleque era um príncipe e precisava continuar com a dinastia da família. 

Sophia vivia uma vida sem amor em sua casa. Seu pai tinha um carinho por ela, mas sua mãe, a humilhava sempre. Mas, pensando em ser uma pessoa rica e importante, sua mãe vê no casamento da filha a oportunidade de brilhar na corte. Então, sem a presença do pai vão para a Rússia.

Sophia aprende a língua russa, seus costumes, se converte a religião e se casa com Pedro III. Mas nem tudo é festa! Seu casamento é infeliz e seu herdeiro não vem.

Aqui tenho que comentar que Pedro tinha sérios problemas, acredito que sua mentalidade sempre foi de criança, mesmo num corpo de homem e deu trabalho até o dia de sua morte. Eles ficaram anos sem nenhum contato físico. Essa parte do livro é bem interessante, principalmente para Catarina que não sabe como chegar para concretizar o casamento, pois Pedro só queria festas com brincadeiras infantis ou simulação de guerra  com seus soldados de brinquedo ou de verdade.

A partir daí vemos Catarina (seu nome depois de casada) ter um filho, amantes, derrubar Pedro e ficar no trono por longos anos. Com isso se tornou a mais importante e poderosa personalidade feminina de todos os tempos.

Catarina adorava ler, era culta, justa, queria governar para o provo e trazer para a Rússia, aquilo que Pedro, o Grande, não trouxe por falta de tempo e lógico, sua morte.

Mesmo diante de tantas dificuldades, sua mente fervilhava com  novas ideias, respeitava a tudo e a todos, tinha uma noção de política como ninguém, apenas falhou no papel de mãe.

Ela foi uma mulher muito ativa para aqueles tempos, teve 12 amantes, seu marido não a tocou por 9 anos, fazia aquilo que seu coração mandava mas com discrição e respeito. Ganhava aos poucos o  carinho e respeito daqueles que trabalhavam com ela.

Ficou no poder por 34 anos, mantendo nesse período correspondências com Voltaire, tentava pregar ideias de Montesquieu, amava as artes, aliás, foi uma das maiores colecionadoras de todos os tempos. Comprava quadros, esculturas com um grande prazer, confiando nas indicações de seus ajudantes.

O livro relata todas as guerras que enfrentou como por exemplo a Revolução Francesa. Teve também rebeliões domésticas e principalmente o desafeto com a Prússia.

Em seu reinado modernizou a Rússia com a promoção as artes, incentivo a medicina  principalmente em outros países. Aqueles que quisessem estudar fora, poderiam e depois de formados trariam sua experiência para seu país de origem.

Me senti encantada com Catarina, que parecia melhor a medida que envelhecia, fazia tudo de forma pontual e organizada e detestava a violência.

O livro por ser grande, não é cansativo, pois essa mulher tem história para contar e não só dela, mas dos países que enfrentava e admirava. Entendemos um pouco da Guerra com a Polônia, Prússia, sua admiração pela França e depois decepção, seus envolvimentos com políticos ingleses (nada de cunho sexual).

Seus romances são um caso a parte e os escolhidos são de uma certa forma inteligentes mas extremamente dominados por ela.

Vemos uma imperatriz que gastou muito, presenteando aqueles que a ajudavam, seus amantes e com guerras. Aliás era tanta guerra nessa época que nem sei como os países ainda hoje possuem dinheiro. Meu Deus tanto dinheiro na mesma proporção que soldados mortos.

Enfim, uma biografia sensacional de uma guerreira, que nos inspira nos dias de hoje que faz uma linda homenagem a Pedro, o Grande, com uma estátua que existe até hoje. Olha ela aí. Essa estátua demorou muito para construir, é bem interessante esse capítulo.

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O passeio pelas cidades da Rússia são tão reais que consigo me ver naquele frio, passeando pelo Kremlim, palco de tantas conquistas e decisões.

Antes de morrer, amou seus netos, principalmente Alexander a quem queria que fosse seu sucessor e seu outro  neto Constantino, que ela sonhava que fosse o rei de Constantinopla. As suas netas ficaram muito com os pais, cuja educação, Catarina não se intrometeu.

Morreu devido um derrame cerebral, rodeada de sua família e daqueles que a amavam. Foi enterrada ao lado do seu grande amor e seu filho Paulo I foi seu sucessor.

Vale a pena comprar esse livro que nem é caro para livro físico, sendo melhor para livro digital.

Me encantei por esse pedaço da história da Rússia contada de uma forma gostosa, simples e que aos poucos te conquista e te faz adorar saber um pouco mais de uma país tão misterioso mas cheio de líderes e pessoas marcantes.

Espero que gostem do livro, se curtiram o comentário deixem um like, acompanhem o blog e me contem o que acharam de tudo.

Boa leitura.

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