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Crime e Castigo – Fiodór Dostoiévsk

Há alguns anos iniciei a leitura deste livro e fui até a metade e não terminei porque não estava entendendo e achei bem chato.  

A capa desta edição mostra o instrumento que serviu para o personagem principal matar suas vítimas.

Ele é desenvolvido em 652 páginas de forma cruel e sangrenta que te leva ao mundo da reflexão numa mente criminosa de um estudante ateu que adora Napoleão e Cesar e acha que pode ser acima de tudo no mundo.

Prepotente em alguns momentos, porém dono de uma inteligência estou falando de Raskolnikov que tem um nome mais comprido, porém difícil de escrever e falar por isso estou deixando o principal a fim de facilitar o nosso comentário.

Raskolnikov vive um mundo miserável num quartinho imundo onde necessitou trancar a faculdade devido sua pobreza. Sua mãe e irmã moravam em outra cidade e de vez em quando mandavam dinheiro para ajudá-lo, contudo não era suficiente.  

Vivendo de pobreza absoluta penhora o único relógio e outros pequenos bens com uma senhora que cobrava juros altíssimos. Não tinha outra maneira, mas o que mais impressionou foi a antipatia que ambos demonstraram.  

Até aí você  sente dó dele, porém depois ele começa a ter alucinações e num rompante assassina esta senhora e sua filha com um machado e então o livro entra num discurso que beira a realidade e a alucinação.

Em certos momentos Raskolnikov nos convence que não assassinou as mulheres e em outros conta em detalhes como fez tudo tendo consciência absoluta dos atos e sem arrependimentos.

O livro fica muito lento apesar dos diálogos interessantes entre Raskolnikov e seus amigos ou com os detetives e também com as mulheres que aparecem na história. Há muita filosofia e questionamentos sobre Deus e a vida.

Até o final do livro ficaremos curiosos em saber se ele se entregará ou fugirá.

A chegada da sua mãe e irmã contará um pouco da sua vida e de ambas também. Muito interessante.

Se hoje fosse analisar Raskolnikov diria que ele é um sádico, manipulador, prepotente, egocêntrico, dócil, verdadeiro, confiante e inteligente com pitadas de maldade e ressentimentos.  

Em certos momentos perceberemos como é grosso e injusto com aqueles que querem apenas ajudá-lo.

Relações humanas, romance, política também compõe o cenário.

O final é algo esperado mesmo assim ainda acredito que o escritor deixou claro que Raskolnikov é um louco assim como sua mãe que apresentou traços de loucura antes de morrer.

Espetacular quando ele fala sobre o planejamento e execução do crime com um auto controle que foi estudado por alguns psicólogos na época.

Enfim um livro denso, cansativo, porém um clássico sobre um criminoso e sua mente numa Rússia estranha, fria e calculista.

Este livro foi publicado em 1866 e na minha opinião valeu a pena retornar a leitura e entender o que aconteceu e entendi que abandonei o livro porque achei chato e não estava na época certa de ler.

Tudo tem seu momento para acontecer e agora consigo dizer que gostei da leitura e seria difícil falar, mas acho que a personagem Sonia para mim se destacou pela sua determinação, luta e sabedoria em lidar com os problemas da sua vida e as loucuras ou não de Raskolnikov.

Espero que tenham gostado.

Até o próximo comentário.

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