Memórias de um suicida – Yvonne do Amaral Pereira – Camilo Cândido Botelho (espírito).
Apesar do título impactante, posso garantir que o livro mostra coisas interessantes que farão você pensar muito sobre as direções de sua vida.
Assistindo uma de suas palestra,s fui direcionada a este livro por Geraldo Lemos, responsável por preservar a memória e divulgar o conhecimento de Chico Xavier.
Com seu título em mente, todas as vezes que lia mentalizava energias positivas para que conseguisse chegar ao final de cada capítulo.
Com a orientação do espírito Léon Denis, o autor espiritual Camilo Castelo Branco, sob o pseudônimo Camilo Cândido Botelho, descreve à médium Yvonne A. Pereira sua dolorosa experiência após a desencarnação pelo suicídio.
Com 546 páginas possui um preço ótimo para livro digital e caro para livro físico, porém suas páginas são enriquecedoras contendo um ensinamento daqueles que cometeram atos desastrosos e estão arrependidos e desejam a misericórdia de Jesus.
Quem ali temporariamente estaciona, como eu estacionei, são grandes vultos do crime! É a escória do mundo espiritual – falanges de suicidas que periodicamente para seus canais afluem levadas pelo turbilhão de desgraças em que se enredam..”
É um enredo forte, com palavras e expressões marcantes onde você deve consultar um dicionário para entender o que o espírito está falando e deve ser lido bem devagar para que você assimile bem tudo que está sendo dito.
Lembram da novela “A Viagem”? O local onde os suicidas ficam é mais ou menos igual ao descrito na novela.
Nele encontraremos Camilo perambulando e sofrendo depois de cometer contra sua própria vida. Ele encontra vários espíritos fugindo de fogos ardentes e se esconde em uma caverna e ali fica imaginado o que poderia ser feito de diferente.
Não se podia orar porque a oração é um bem, é um bálsamo, é uma trégua, é uma esperança! E aos desgraçados que para lá se atiravam nas torrentes do suicídio impossível seria atingir altas mercês!”
Meu Espírito, rudemente violentado, como que desmaiara, sofrendo ignóbil colapso.”
Após passar um certo tempo neste ambiente é resgatado por almas boas da Legião dos Servos de Maria (mãe de Jesus) onde ele e alguns espíritos durante um bom tempo passarão por provações e correções até que estejam prontos para novas reencarnações.
Só que até lá eles veem tudo que passaram e fizeram em suas vidas, veem seus familiares e as cenas são muito fortes nas quais você fica realmente impressionada.
A mente edifica e produz. O pensamento – já bastante vezes declararam – é criador, e, portanto, fabrica, corporifica, retém imagens por si mesmo engendradas, realiza, segura o que passou e, com poderosas garras, conserva-o presente até quando desejar!”
Vamos aprendendo e pensando sobre a vida após a morte e junto com Camilo imaginando como será o seu renascimento, uma vez que a culpa está forte em seu espírito. Por isso ele fica no plano por 52 anos até sentir-se apto a retornar e pagar a sua “dívida” e será comovente, assim como as outras cenas descritas.
Seus amigos passarão por dificuldades e ele também terá que ajuda-los. Tudo contado nos mínimos detalhes.
Um santuário onde será depositada a centelha sagrada que emanou do Todo Poderoso, isto é, a alma imortal, para que nele se alinhe e aperfeiçoe na sequência dos renascimentos.”
Muito será falado sobre gênese planetária, a evolução do ser, a imortalidade da alma, a moral cristã e outros temas relevantes são estudados para a compreensão de que “nenhuma tentativa para o reerguimento moral será eficiente se continuarmos presos à ignorância de nós mesmos”.
A leitura completa da obra mostra que há um caminho de reconstrução para os arrependidos. Há sempre esperança, porquanto a reabilitação é possível.
Vale muito a pena ler, entender e divulgar, afinal de contas muito temos a saber sobre o que acontece com seres tão perturbados que muitas vezes estão ao nosso lado e nem percebemos as suas aflições.
Adorei a experiência e fica até difícil comentar porque ainda estou digerindo cada cena e fala do espírito e outras, talvez por obra do destino, não consigo lembrar, e assim deixar que o Criador se encarregue de fazer a sua parte no devido tempo.
No entanto, se algo aprendi de que ignorava e me era necessário para a reabilitação, também muito sofri e chorei, debruçado sobre a perspectiva das responsabilidades dos atos por mim praticados!”
Espero que tenham gostado.
Até o próximo comentário.