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O Dilema do Porco-Espinho – Leandro Karnal

Como encarar a solidão? Você se sente sozinho?

Comentar um livro de Leandro Karnal é bem difícil pois o admiro muito e aprendo a cada palestra que assisto dele e mais uma vez entrar no seu universo foi algo motivador e inspirador.

Um tema interessante num livro de 187 páginas com preço muito bom para livro digital e ótimo para livro físico, o escritor fala sobre como é encarada a solidão no cinema, na literatura, na música, nas artes e até mesmo na religião.

E, principalmente, como o ser humano encara e vive a solidão.

Aos poucos, vamos percebendo como a solidão faz parte das pessoas hoje em dia e como a tecnologia trouxe a solidão para dentro de suas vidas.

A solidão tem vários processos e a tecnologia fez com que todos se isolassem em seus próprios mundos e o celular fosse seu companheiro inseparável.  

Como escreveu Karnal: “a metáfora do filósofo alemão trata do dilema humano: solitários, somos livres, porém passamos frio. A dois ou em grupo as diferenças causam dores.“

O livro relata exemplos em várias áreas de como a solidão faz parte e integra cada vez mais a vida das pessoas, seja de forma poética e até mesmo doentia com tratamentos e processos de cura.

Tudo é bem escrito e documentado e você em muitas vezes se vê em certos exemplos e parece que a voz de Karnal está ali, dando conselhos e falando as coisas sensatas para você.

É muito interessante como ele agrega com as informações sobre o livro de Gênesis e também quando ele faz um comparativo dos artistas do cinema com os filmes que trataram este assunto.

Não tem como comentar sem colocar algumas citações interessantes, e, assim, é o momento de refletir sobre a solidão.  

Estamos preenchidos de pessoas virtuais e isolados de seres reais próximos.”

Na citação acima, ele fala muito da chegada das redes sociais onde temos vários amigos virtuais e, assim passamos a mensagem de que somos felizes e nada de ruim nos acontece. Será?

“De muitas formas, o mundo digital tem sido a resposta encontrada para equilibrar entre a dor da solidão e a dor do contato com outras pessoas.”

‘É inegável que a internet tem o potencial de criar autonomia e nos tirar de isolamentos involuntários.”

‘É importante lembrar que a solidão não é sinônimo de estar sozinho e que companhia não se funde com a ideia de estar acompanhado. Solidão também é negativa ou positiva para si. “

Karnal fala muito da importância de agregarmos nosso momento e nosso espaço, mas também interagirmos com as pessoas a fim de um convívio social.

Em certo momento Karnal fala da importância do escritor se isolar para criar suas histórias, afinal muitas vezes é assim que chega a sua inspiração.

O escritor necessita de isolamento para poder dialogar consigo e com a percepção das coisas ao seu redor.”

Muitas pessoas veem na solidão uma condição para a liberdade.

A Organização Mundial da Saúde classifica a solidão como fator de risco maior que o tabagismo e tão grande quanto a obesidade para a saúde humana, então é coisa séria e precisamos ficar atentos.

Enfim, como Karnal diz “ao longo deste livro, tratei várias vezes do poder de consciência que a solidão poderia trazer. Aqui a reflexão vai além, pois trata-se de dizer não ao mundo e não a si mesmo, transformando solidão em solitude.”

Um livro para refletir, muito bem escrito que vale a pena a leitura e o título tem tudo a ver com a ideia da solidão.

Por isso encerro com mais uma reflexão de Karnal:

Terminaremos todos solitários em um túmulo algum dia. Exercitar o lado criativo e libertado do isolamento é evitar que o túmulo surja ainda em vida. Viver exige pausas, pensar implica certo isolamento, ser feliz com quem você ama é, acima de tudo, ter a experiência da solidão antes e durante o amor. Você precisa de muitas pessoas. Viver é amar e amar implica outros seres. “

Até o próximo comentário.

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