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O Mito da Caverna – Platão

Um dos textos mais filosóficos de todos os tempos e também um dos mais difíceis que já li foi extraído da obra “A República” que narra os diálogos entre o irmão de Platão, Gláucon e Sócrates, seu mentor.

Apesar de ser difícil confesso que tive que reler para entender, vale a pena para reflexão e aprendizado.

Platão de Atenas viveu aproximadamente entre 427 e 347 A.C e seu nome verdadeiro era Aristocles.

Seu interesse pela filosofia se manifestou cedo.

Em 385 A.C Platão, apoiado financeiramente pelos amigos estabeleceu sua própria escola no horto de Academos onde foram os intelectos mais brilhantes, entre eles Aristóteles de Estagira, que chegou a Atenas em 367 com 18 anos.

Platão morreu aos 80 ou 81 anos, provavelmente em 347 A.C assim dizem, serenamente, quase que em continuidade a um sono tranquilo.

No livro, Sócrates exemplifica uma caverna com vários seres humanos que estão desde a infância no mesmo lugar, amarrados para a frente sem virarem as suas cabeças, somente com um feixe de luz da entrada da caverna.

Lá fora há uma fogueira e um caminho onde foi construído um pequeno muro onde pessoas circulam nas quais algumas conversam e carregam algumas coisas.

Esses humanos presos na caverna projetam sombras que se mexem e tem “vida”.

Em certo momento do diálogo Sócrates pergunta a Gláucon se uma pessoa se libertasse e encontrasse o mundo a sua espera com toda a sua verdade, será que libertaria os outros?

Imediatamente Gláucon supõe em sua resposta que a pessoa libertada seria forçada a enxergar coisas que ela não queria e que poderiam ser reais e fatais para sua vida. Então, precisaria de tempo para se adaptar a tudo.

quando saem da luz para ingressar na escuridão e quando emergem da escuridão para ingressar na luz”

Aos poucos Sócrates introduz este exemplo ao poder que o indivíduo tem de escapar e enxergar que existe um mundo a dominar, porém que cada indivíduo pode ter características que o ajudarão a conservar o mundo.

Uma obra de formação intelectual que explica como podemos nos libertar da escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade.

o poder do aprendizado está presente na alma de todos”.

Só que para conservar e conquistar o mundo ele usa o Sol como exemplo pois ele é o Senhor do Mundo. Assim é o indivíduo, mas para isso ele precisa de outras pessoas ou não? Ele conseguiria ter todas as habilidades para fazer tudo sozinho? Claro que não. Porém, a inveja aparecia de outras pessoas.

quando alguém nota uma alma perturbada e incapaz de ver alguma coisa, não desatará a rir insensatamente, mas investigará se ela saiu de uma vida mais resplandecente e se encontra fragilizada por não ter ainda se habituado à escuridão, ou se saiu de uma maior ignorância para uma luz maior e está ofuscada pelo aumento do brilho”.

Sócrates vai mostrando o resgate de valores fundamentais para a formulação do senso crítico, despertando a consciência político-filosófica essencial para os dias atuais.

Ele discute com Gláucon como uma pessoa com poder na área da política tem que usar sua inteligência e sabedoria para o bem e nunca para o mal e isto tem que ser uma qualidade na sua alma desde a infância.

Ele deixa claro que indivíduos que desejam ingressar na vida política não devem ter ambições pessoais, devem fazer um bom governo, não ser corrupto e prestar um bom serviço à comunidade e ao Estado e isso sim será sua obrigação.

Gláucon o lembra que “temos que selecionar os mais estáveis, os mais corajosos e, na medida do possível, os mais graciosos.”

As pessoas que tenham caráter nobre e viril, mas pessoas que possuam as qualidades naturais que se coadunam com o tipo de educação que sustentamos.”

É muito interessante e de muita atenção esta parte do diálogo entre eles porque traçam um perfil do líder para governar o Estado e ainda complementam com a seguinte frase:

alguém que seja detentor de boa memória, persistente e, em todos os aspectos, um amante do trabalho árduo.”

Aqui Platão discute sobre teoria do conhecimentolinguagem e educação na formação do Estado ideal.

Platão vai idealizando o Estado moldando a melhor pessoa para administrá-lo e isso segundo suas palavras serve tanto para homens e mulheres que devem ter costumes e leis desde crianças mesmo sendo difícil, mas não impossível.

Ele acreditava que assim as pessoas seriam mais felizes.

O livro é fantástico e muito interessante, porém como falei deve ser lido devagar e prestando muita atenção.

Uma cisão diferente que vale muito para os dias atuais e quem sabe para futuras gerações.

Ele não tem um final com tantos outros, ele tem uma brilhante conclusão sobre como humanizar num mundo político, caótico, problemático, mas com certeza repleto de pessoas com novos ideais e esperando apenas a oportunidade respeitando as leis, o próximo com disciplina e inteligência.

Tem 80 páginas com preço muito bom tanto para formato físico como digital.

Capa sem grandes surpresas.

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Até o próximo comentário.

Podcast O Mito da Caverna
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