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O Santo e a Porca – Ariano Suassuna

Vocês já leram algum livro de Ariano Suassuna?

Ariano é conhecido pelo famoso “Auto da Compadecida” que vi o filme e gostei muito, contudo, nunca tinha lido nenhum de seus livros e quando tive a oportunidade deste que estava disponível, não pensei duas vezes. Seu preço estava ótimo para versão digital.

Para a versão digital sem assinatura, está caro, assim como versão física, mas como sempre falo, nada que uma pesquisa nos Sebos de sua cidade para achar preços excelentes.  

A capa é diferente e remete a traços de sua origem nordestina, assim como os personagens, com pouco mais de 70 páginas que no começo parece confuso, assim como carinhosamente os personagens. Só que após entendermos a história tudo fica claro e você se conecta com o enredo.

Ariano foi poeta, dramaturgo, romancista e artista plástico.

Nasceu na capital da Paraíba (1927) e faleceu no Recife (2014). Adquiriu renome nacional e internacional com suas obras literárias, foi membro da Academia Brasileira de Letras e idealizador do Movimento Armorial (1970), que buscou “realizar uma arte erudita brasileira a partir das raízes populares da nossa cultura”.

Tudo começa com um viúvo que ama a sua porca de madeira que foi de seu avô falecido onde dentro dela, ele guarda sua grande fortuna. Ele é um homem avarento que vive com sua filha, sua irmã, uma empregada e um ajudante.

Um senhor que se lastima de tudo e nada está bom. Sabe aquela pessoa que se vitimiza? É ele.

O enredo é como se você estivesse sentado no teatro com vários atos permitindo a entrada e saída dos atores.

Além dos personagens que citei acima, compõe a história o vizinho amigo fazendeiro e seu filho.

Todos são instantaneamente envolvidos por uma história mal contada da empregada que enrola todo mundo para tentar se dar bem e ganhar uns troquinhos.

Você precisa prestar atenção porque os diálogos são rápidos, inteligentes e objetivos e você, assim como os personagens, não saberá até quase o final da história, o motivo pelo qual aquele homem protege tanto aquela porca e lógico, clama por Santo Antônio.

Em todos os diálogos ele pede a proteção e ajuda de Santo Antônio e conversa com a porquinha. É muito engraçado.

E no final vocês descobrirão o segredo por trás desta porquinha e o seu fim.

Agora deixo uma pergunta: Vale a pena guardar tanto dinheiro e não curtir a vida?

Entre graça, humor e uma dose excelente de uma história que mostra a solidão de um homem, o livro é espetacular com um final triste para ele e dentro do esperado para os outros.

O que Ariano faz com cada um é colocar uma dose de sensibilidade, humor, cultura nordestina e luta pela sobrevivência, somado a vida dura de quem vive no Nordeste e se agarra a religião e a sua fé.

Valeu a pena conhecer a dinâmica de como Ariano conduz cada personagem dentro do contexto, humanizando de uma maneira poética, simples, real e ao mesmo tempo apaixonante.

Espero que tenham gostado.

Até o próximo comentário.

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