Ficção

Perto do Coração Selvagem – Clarice Lispector

Mais um livro desta escritora que admiro e inicio meu comentário dizendo que não entendi a capa até agora!

Então, não sei nem o que pensar do título e das suas 211 páginas. Em certos momentos, pareceram cansativas e sem sentido. Mas assim é Clarice, que gosta de fazer uma revolução em nossa mente. Ela é sempre controversa e literal ao mesmo tempo.

O preço para livro digital está muito bom, caro para capa dura e dentro do orçamento para capa comum.

Este livro transmite várias sensações de uma única vez. Acredito que, quando foi escrito, era assim que a escritora se sentia.

Por várias páginas, não entendia a sua mensagem. Não sabia o que a personagem queria dizer. Pelo contrário, não conseguia ligar os fatos.

Tudo começa com Joana quando criança e sua vontade de viver cada emoção ao lado de seu pai. Tudo era intenso e forte para aquela menina que queria sentir e viver e seu pai a incentivava. Em certos momentos percebi que era bem mimada.

Após a morte dele, sua vida com sua tia foi horrível. Acreditavam que ela seria uma bruxa. Eles não entendiam sua forma de ver a vida.

Sua opinião era forte e verdadeira e dependendo do assunto naquela época era difícil o entendimento das pessoas. Eles interpretavam como algo ruim.

Tudo fica misturado entre passado e presente. As vezes visualizamos Joana criança, as vezes Joana já casada.

O orfanato em que viveu teve um impacto forte em suas emoções. Ela foi abandonada duas vezes. Primeiro, pelo pai que morreu. Depois, pela família que a rejeitou.

Joana tem uma forma diferente de ver a vida. Para ela as emoções são o que importa. Nada material tem valor, somente a vida!

Otávio, seu marido, transmite uma imaturidade. Ele não se importa de traí-la com sua prima, que inclusive está grávida dele. Joana vê nisso algo interessante para uni-los cada vez mais. Ela decide que ter um filho pode mudar sua vida.

Mas, se nem consegue cuidar de sua vida, como pode ter um filho?

Nós permanecemos o tempo todo no consciente ou inconsciente de Joana. Tentamos entender suas emoções e o que ela aprontará desta vez. Analisamos suas relações com os homens e as mulheres de sua vida.

Assim é a escrita deste livro, confusa e em certos momentos fortes para a época que foi escrito, em 1943.

Não foi um dos melhores que li. Quando chegou ao final, percebi que talvez não estava apta neste momento para lê-lo. Não fez sentido para mim.

Só percebi que Joana estava confusa. Ela estava em busca de uma verdade. Clarice me pareceu da mesma forma através das suas palavras.

De qualquer maneira um livro que te desperta uma certa curiosidade e chacoalha seus pensamentos de forma positiva.

Quem já leu conta o que achou.

Espero que tenham gostado.

Até o próximo comentário.

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