Flordelis – A pastora do Diabo – Ulisses Campbell
Ouça o áudio.
O segundo livro que acompanha a coletânea de “Mulheres Assassinas” é muito bom. Contudo, é extremamente forte e a energia é pesada por tanta coisa ruim.
Nele, Ulisses com fatos comprovados mostra desde a infância de Flordelis até os dias atuais na cadeia, já condenada.
Perceberemos que o mundo de Flordelis sempre foi de magia forte e religiosidade.
Sua família é adepta a Umbanda. Seu tio já trabalhava com magias fortes. Ele seguiu para a Igreja Evangélica por ser mais vantajoso financeiramente do que só fazer despachos.
Ele foi morto de maneira trágica e nunca descobriram os assassinos.
A mãe de Flordelis é conhecida como a Bruxa do Jacarezinho, um morro do Rio de Janeiro. Ela assume o lugar do irmão, cultuando e adorando Exu Caveira e São Cipriano.
Sua mãe sempre foi conhecida por pregações fortes e previsões assertivas. Ela acertou principalmente nas mortes de seu marido e filho, mortos de maneira trágica. A morte do primeiro foi divulgada na televisão e em jornais, pois foi num acidente de carro.
Diante de uma vida pobre, muitos irmãos e crença, Flordelis queria ser uma bruxa como sua mãe. Assim, as páginas avançam contando a sua história e entrada no mundo da religiosidade. Elas também relatam sua passagem pelo mundo do sexo, onde ela tinha vários apelidos pelo morro.
Flordelis desafia a tudo e a todos. Ela enfrenta inclusive os traficantes e os grandes mantedores da Igreja Evangélica. Veremos de maneira detalhada como elas se mantinham naquele cenário.
Ulisses trás entrevistas e embasamento para tudo que descreve. Eu, pelo menos, fazia longas paradas. Isso ocorria em virtude de cenas fortes e enjoativas que deixavam o livro pesado em questão de energia.
Quando conhece seu futuro marido Anderson, Flordelis toma um novo rumo para resgatar as crianças. Serão então esclarecidos fatos de como ela usava todas para seu prazer e satisfação. Aliás, fatos que a mídia, muitas vezes, não explica ou simplesmente passa por cima dos fatos.
Algo deplorável e desgastante na vida de um ser humano. Todos estão envolvidos e o dinheiro e poder corrompem. Isso leva ao fundo do poço, literalmente.
Um capítulo à parte é quando Ulisses mostra a corrupção dentro da Igreja Católica. Ele também aborda os abusos a menores no caso da cidade de Arapiraca em Alagoas. Este caso foi triste, incluindo os depoimentos.
Passo a passo seguiremos os planos da transformação do simples homem. Ele estava ao lado da esposa que queria uma vida melhor para sua família. Só que não!
O dinheiro, poder, vida fácil e a política abriram as portas para a malandragem e a morte.
Cenas do assassinato são descritas, assim como o julgamento e os dias na cadeia de Flordelis, que se diz inocente.
Hoje continua presa e pronta para o casamento com outro homem. Ela quer sair para cuidar de sua saúde. Segundo suas palavras, suas condições “são frágeis”.
Tem fotos, depoimentos e muito mais neste livro completo. Ele aborda uma carreira meteórica de uma mulher que enganou a todos. Ela terminou atrás das grades. Segundo sua mãe, era o seu destino, de acordo com suas previsões. Ainda viria mais coisa.
Será que sua mãe estava certa?
Flordelis ainda tem algo a mais para desacreditar sua imagem e opinião?
Seria castigo de Deus ou do Diabo?
Não vou opinar, só posso dizer que a justiça foi feita e que contra fatos não há argumentos.
Um livro bem escrito que vale a pena. Se informe sobre mais um crime que chocou o Brasil. Esse crime envolveu religião e política.
O livro “Mulheres Assassinas” está com preço muito bom para livro digital e caro para livro físico. Porém, constam os três livros da série (Susane, Flordelis e Elise). Então façam as contas.
Separadamente o livro tem preço ótimo para livro digital. Custa dentro da média de mercado para livro físico.
A capa é a sua foto e contém 304 páginas.
Vou deixar o link do livro da Suzane já comentado aqui.
Mulheres Assassinas – Suzane V. Richthofen – Ulisses Campbell
Esta foi dica de hoje.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo e último livro desta série que será de Elise Matsunaga.