Minha especialidade é matar: como o bolsonarismo tomou conta do Brasil.
Bem leitores hoje trouxe um livro que no mínimo ou ninguém vai ler o comentário ou vai gerar polêmica, mas como meu trabalho é comentar o livro farei da melhor maneira possível.
Não estou aqui para defender “A” ou “B”, mas para mostrar o que a mídia tem disponível para consulta mesmo que tenha se passado algum tempo de divulgação deste livro.
O que percebemos atualmente é que muita coisa está vindo à tona e temos que procurar os fatos antes de tomarmos partido das coisas.
Desde 2018 acompanhamos a agitação em nosso país no mundo da política.
Nunca tinha ouvido falar tanto em fake news como agora e também não pensei que presenciaria uma discrepância tão grande em opiniões e uma violência verbal e física.
Cansados de sermos enganados acreditamos que o ex-presidente daria jeito em nosso país.
Saído do anonimato e cheio de polêmicas, Jair Bolsonaro foi eleito e o que vimos em seguida foi uma sequência de barbáries e muita corrupção como nunca tínhamos acompanhado.
Mentiras jogadas nas redes sociais que virou um folhetim acompanhado de brigas entre amigos e familiares.
Os bolsonaristas não escutam apesar de terem nascidos com duas orelhas e somente a verdade deles interessa.
Vivem num mundo que não consigo me enquadrar e percebo que pessoas tão inteligentes gritem por intervenção militar.
Difícil viver num mundo onde a democracia não tem vez.
Vale dizer que não interessa o partido, temos que ter liberdade de nos expressarmos sem violência às pessoas ou ao patrimônio público como vimos no dia 08 de janeiro deste ano.
Mas, voltando ao livro, basta falar com nossos pais para sabermos o que foi o Golpe Militar, porém os alucinados que pediam a intervenção de ET´S e rezavam para pneus queriam a “ordem” no país.
Incitados por um homem que dizia que a minoria deveria se render a maioria, vimos uma violência sem precedentes e as “máscaras” no mundo político caindo.
Nosso país ficou isolado do resto do mundo e já não tínhamos paz.
Um partido acusava o outro.
Muito bem, diante deste cenário de caos com economia instável, pandemia, combustível nas alturas, fome, corrupção, violência, feminicídio, finalmente novas eleições e o tal que se dizia junto com todo mundo fugiu para outro país simplesmente porque não soube perder e fez aquilo que sempre quis: fez do seu jeito, deixou seu eleitorado para trás e agora tem medo de voltar e se tem medo é porque tem algo no ar.
Cada dia mais bobagens, cada dia mais podres.
Não sei mais o que pensar.
Diante disto, chegou o livro do Henry Bugalho que retrata em 134 páginas como o bolsonarismo tomou conta da cabeça das pessoas.
Henry passa pelas fake news, as eleições, a saída de Sérgio Moro, os militares no poder, violência, nepotismo, falas homofóbicas e preconceituosas, morte de Marielly, Jean Willys, covid e o desprezo pela democracia.
Este livro só reforça tudo que sabemos agora e que ainda terão mais coisas a serem descobertas.
Bem escrito e com o propósito de mostrar o que vivíamos faz do seu livro algo interessante e realista.
Tem passagens que confesso que nem sabia ou lembrava e me fez imaginar como fui capaz de acreditar numa pessoa que dizia que o Brasil seria diferente.
Um dos fatos mais marcantes é a carta de uma professora de 80 anos que mostra sua indignação com o ex-presidente quando o mesmo falou sobre trabalho infantil.
Não posso descrever aqui seria injusto e insano porque é devastador as suas palavras, só lendo mesmo o livro. Mas no relato da professora foi emocionante e cheio de vida e esperança.
Outra passagem foi o depoimento do ex-deputado Jean Willys que hoje vive na Espanha, mas teve que sair do país e abandonar sua carreira política por conta de graves ameaças contra a sua vida. Ele teve que recomeçar do zero longe de tudo e de todos.
Inclusive, em seu depoimento destaco a seguinte frase:
“os bolsonaristas começaram a conjeturar e elaborar hipóteses ensandecidas”.
Confesso que fui buscar em muitas reportagens sobre sua saída e atitudes contra o ex-presidente e refleti sobre como julguei-o e tirei minha conclusão e coube a minha consciência a decisão do meu perdão ou não a ele. Acredito que fiz a coisa certa e estou em paz agora.
Enfim, gostei da leitura que considero bem verdadeira e deixa uma reflexão sobre até quando teremos consequências tão graves de um governo que destruiu o nosso país, mas mesmo assim ainda tem admiradores.
Deixo para vocês pensarem e acredito que a esperança é a última que morre e espero que um dia meu país seja um pouco melhor para os mais necessitados e que Deus nos ajude.
Afinal de contas, contra fatos, não há argumentos.
E a arma mais poderosa que ainda temos é o voto.
Capa bem legal e preço ótimo para livro digital e físico.
Espero que tenham gostado.
Outro livro comentado de Henry Bugalho aqui no blog.
Até o próximo comentário.