O ABC da Cachaça – Apolônio Alves dos Santos
Hoje o comentários será uma literatura de cordel que adquiri em Aracaju no Mercado Municipal Antônio Franco que fica no Centro, rico em artesanato, literatura, comida, música e muita coisa boa.
Fomos recebidos na banca de João Firmino Cabral que nos deu uma aula e nos mostrou uma variedade de livrinhos com vários temas. Comprei alguns e este foi meu marido que escolheu.
Uma das mais ricas literaturas em nosso país e principalmente no nordeste, mostra como as pessoas que escrevem são inteligentes e usam como tema o cotidiano da sua vida ou da vida dos outros. Escritas em forma de poesias, poemas, com rimas e com cada estrofe, neste caso contendo 7 linhas, foi encantador descobrir sobre a cachaça.
Este livrinho contando com a capa tem 6 páginas e é impresso de forma bem artesanal e fica disposta em cima da mesa com preços bem baratinhos, então, não deixem de prestigiarem a nossa cultura e ajudarem esses escritores que são escritores raízes do nosso nordeste brasileiro.
O livrinho começa falando sobre um apóstolo de Deus que chega numa festa e pede água e deram para ele uma água que era água-ardente, aí originou a aguardente, forte que levantava até defunto.
De tão boa que era a cachaça vicia e a boa mesmo é aquela que é de alambique e evita até resfriado e precisa beber sem exageros, aos pouquinhos, para saboreá-la.
Uma boa dica é que para a sua conservação, a garrafa escura é a melhor e não a garrafa branca porque esta atrai o sol e penetra pelo vidro alterando o sabor.
Uma bebida para tomar no frio ou no verão, em qualquer ocasião, para remédio e por isso o roceiro é sempre forte e saudável. Ela dá força para enfrentar a luta do dia a dia. Além disso, a cachaça deixa o homem valente, sem medo de nada e serve até para o poeta ter inspiração, se tomar um gole.
Em seguida, nos deliciamos com a sugestão da cachaça para fazer quentão, uma bebida que as mulheres adoram. E sugere uma receitinha para reumatismo, gripe e outras doenças, tudo com cachaça!
Em comparação com o uísque, o escritor fala que é muito melhor a nossa cachaça que ele até toma o uísque, mas só se for do bom, porque uísque ruim nem de graça. Achei interessante que nesta estrofe ele reforça a valorização da nossa bebida.
Assim, ele vai finalizando e falando que claro, a cachaça cura a dor de uma separação, a dor da perda de um grande amor.
E fala também que venda (bar onde se vende a bebida) que não tem cachaça não tem boa freguesia, porque o freguês espera receber seu dinheirinho para gastar com uma boa dose!
Viu só quanta coisa descobrimos sobre a nossa bebida que muitos nem valorizam? Apenas em algumas páginas tivemos tanta cultura.
Por isso não tem forma melhor de encerrar o comentário com uma estrofe:
“Tem gente que acha graça
quando ver um desgraçado
como um cão abandonado
perambulando na praça
é de fato na cachaça
que se acha a solução
diminui toda a paixão
da infeliz criatura
só a pinga pura cura
a dor da separação.” FIM
Espero que tenham gostado.
Até o próximo comentário.